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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Estamos artistas ou Somos artistas.




Telas brancas chegando ao atelier ...
Primeiro a alegria, depois o pânico total seguido de paralisia.
E mais tarde, bem mais tarde, delírio e êxtase. 

A respiração vai ficando tensa, os olhos perdidos, o corpo sem rumo certo... E a mágica se inicia na madrugada inundada de tintas!

Voltei a pintar com paixão e entrega,  um alívio depois de um bocado de tempo a vasculhar minhas personas atrás da artista que vez por outra se esconde dentro de mim fugindo a própria natureza.

Os artistas tendem a fugir da criação. Um misto de covardia e desalento sobre seus próprios talentos e esperanças transformadoras e quase pueris. 

Indagações e dúvidas sobre as discussões que valem à pena e sobre a grandeza que é, de fato, criar. 
É freqüente essa fuga de si mesmo. Mas não há como escapar, criador e criatura se confrontam, e se irmanam ao final.

Arte é mergulho e recuo, alternando-se instáveis, criando nessa tensão a criatura.
Não há como viver em equilíbrio, deve haver a tensão.
Resta ao criador uma harmonia imposta às suas fúrias... ao menos para que os dias e a convivência sejam agradáveis.

Ser artista não é ter habilidade e vocação simplesmente, por vezes nem há.
Ser artista é uma maneira de estar no mundo, uma forma de existir.



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