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sábado, 26 de janeiro de 2013

A Velha Senhora Insone





Acordei pensando nos meus 28 anos em São Paulo e no meu deslumbramento, ainda hoje, com essa Metrópole .

Seus museus e galerias, bibliotecas e livrarias, teatros e casas de show,Universidades, parques... eventos acontecendo sem pausa.


Arte e transgressão ensopando os corpos.
Os bares e suas mesas povoadas de intelectuais,músicos, artistas...os copos suados do melhor chope a cada esquina, e seus pastéis, padarias, mercados, e  personagens.

É, a vida correu rápida...e muitos copos suados depois, do Café Piu Piu ao Genésio, Astor ou Filial, as bocas mastigam os mesmos dilemas: criação, autoria, forma, linguagem, conhecimento e crítica. 


E tantos anos depois, e depois de tanto e tudo, ainda prefiro as reflexões às discussões, o encantamento à opinião formal, o acolhimento à visão crítica antecipada...a contemplação.
E sinto um alívio em descobrir as diferenças substanciais entre ser intelectual e ser artista,e o papel de cada um.
Que sei quem me tornei desde que cheguei. E também sei -ou pressinto- o lugar que cada um deve ocupar nessa cidade querida e devassa, que aceita os trabalhadores da manhã e os insones, os pagãos e os devotos, os Josés e as Marias. Que não faz distinção proposital.

A cidade que aceita todos os anônimos, e com o tempo lhes fornece identidade.
Descansa essa madrugada "Velha Senhora Insone", adormece São Paulo só para nos dar o prazer de te velar... só por hoje.
 

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