A Colcha de Cetim
( ... )
Ficou emocionada e chorou baixinho, molhando o travesseiro e a boneca Sophia que ficava sobre a cama, afogada em anáguas.
Naquele momento suas mãos alcançaram mais do que compreendia seu corpo de menina, naquele momento tocou com a ponta dos dedos a própria alma e tomou posse, para sempre, do seu desejo.
Batendo à porta, a mãe chamou para o almoço.
Vestiu-se, ajeitou os cabelos castanhos, secou o suor da testa. Arrumou a colcha de cetim e, fechando a porta atrás de si — rosto ruborizado e olhar diferente — abriu outras incontáveis à sua frente.
Nunca mais seria a mesma: estenderia a colcha de cetim da infância em todas as camas da sua vida, e seria feliz!
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